No dia 17 de dezembro, o público de Ceilândia será convidado a embarcar em uma jornada brincante pelas memórias, folguedos e atravessamentos que moldam a diversidade cultural do Distrito Federal. Com estreia na Casa do Cantador, o espetáculo “A Chegança da Burrinha Calunga em Terras Candangas”, criação do grupo Mamulengo Fuzuê, marca a estreia de uma obra inédita no cenário do teatro popular. E a Candiá Produções assina a produção executiva desse percurso de criação coletiva, ancestralidade em movimento e resistência poética.
O espetáculo se desdobra a partir de um enredo alegórico: uma trupe de caminhantes segue guiada pela irreverente Burrinha Calunga em busca de um lugar onde seja possível celebrar a vida e construir novos mundos. No caminho, encontram desafios, enfrentam a fome, enganam a Morte e o Capiroto, e afirmam, entre cantos e bonecos, que brincar é um ato de sobrevivência. A narrativa se apoia no Teatro de Bonecos Popular do Nordeste (Mamulengo), Patrimônio Cultural do Brasil, e estabelece pontes com outros folguedos tradicionais como o Cavalo-Marinho, o Bumba-Meu-Boi e o Maracatu.
A montagem tem direção artística de Thiago Francisco e orientação cênica de Zé Regino, com direção musical de Rene Bomfim e Gilson Alencar, ao lado da multi-instrumentista Layza Almeida. Os figurinos são da bonequeira Maria Villar. A preparação do elenco envolveu mestres da cultura popular como Aguinaldo Roberto (PE), Rafael Teixido (AR) e Mauro Bruzza (RS), reafirmando a potência do intercâmbio entre gerações, linguagens e territórios.
Com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do DF, o projeto realiza sua estreia pública às 13h do domingo, dia 17, na Casa do Cantador, com entrada gratuita, interpretação em Libras e audiodescrição. Nos dias anteriores, a Burrinha Calunga visita escolas e instituições sociais em Samambaia, Pôr do Sol e Sol Nascente, levando a experiência cênica a públicos que historicamente têm pouco acesso ao teatro, sobretudo ao teatro feito a partir das raízes brasileiras.
Para a Candiá Produções, o projeto expressa uma síntese de valores fundamentais: arte de base popular, protagonismo periférico, circulação em territórios vivos e escuta ativa da oralidade e da ancestralidade. “A Chegança é mais do que um espetáculo, é uma travessia coletiva por nossas histórias e nossos ritos de celebração da vida. Assinar a produção executiva desse trabalho é também afirmar o compromisso da Candiá com projetos que reencantam o mundo a partir da cultura popular”, destaca Valéria Amorim, diretora da Candiá.
Após a circulação, será lançado um vídeo-teaser com trechos das apresentações e imagens do processo criativo, mais uma forma de preservar e difundir a experiência, respeitando os ciclos da memória e da festa.
Sinopse espetáculo
Uma trupe de caminhantes viaja Brasil adentro em busca de um lugar ideal para viver e celebrar a vida: a brincante musicista Da Luz, o Tocador e um Bonequeiro. Todos seguem guiados pela Burrinha Calunga e os bonecos Mateus, Catita e Birico. No meio da jornada, a trupe faz festa, canta, dança e se envolve em diversas confusões, tendo que enfrentar a fome e enganar o Capiroto e a Morte para garantir a sua sobrevivência.
Mamulengo Fuzuê
Mamulengo Fuzuê é brincadeira aprendida com as tradições. É palhaço na rua, boneco na tolda e teatro popular que celebra a arte para despertar a transformação. O parto do grupo aconteceu no ano de 2007, no Ponto de Cultura Invenção Brasileira (Taguatinga-DF), a partir da convivência do brincante Thiago Francisco com os grupos Mamulengo Presepada e Mamulengo Sem Fronteiras. Desde sua origem, segue Brasil adentro e mundo afora, firmado na memória, na identidade, na celebração da vida e no aprendizado com mestres e mestras.
SERVIÇO
Estreia pública
Casa do Cantador (Ceilândia)
17 de dezembro (domingo), às 13h
Entrada gratuita | Interpretação em Libras e audiodescrição
Circulação comunitária
• 15/12 – CEPI Jabuti (Samambaia Norte), às 15h
• 16/12 – Instituto Meninos do Pôr do Sol, às 8h40
• 17/12 – Associação Despertar Sabedoria (Sol Nascente), às 15h
Realização: Mamulengo Fuzuê
Produção executiva: Candiá Produções
Financiamento: FAC – Fundo de Apoio à Cultura do DF
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