É comum ouvir falar sobre como a comunicação é essencial para empresas, marcas e projetos. No entanto, nem sempre é evidente para todos o vasto universo de trabalho que acontece nos bastidores para que uma estratégia de comunicação seja bem-sucedida. Dentro desse cenário, o microgerenciamento surge como um dos maiores inimigos do trabalho criativo, minando processos, desgastando equipes e comprometendo a qualidade das entregas.
O trabalho invisível da comunicação
Por trás de cada peça, campanha ou conteúdo produzido pela área de comunicação, há uma infinidade de processos invisíveis. Desde a pesquisa e coleta de referências até a produção e revisão, cada etapa exige tempo, dedicação e espaço criativo para amadurecer ideias.
• Design: Um cartaz ou um infográfico não surge do nada. Além do trabalho técnico, há a necessidade de compreender o briefing, buscar inspirações, criar esboços e alinhar elementos visuais ao conceito proposto.
• Redação: Um texto impactante passa por pesquisa, planejamento de estrutura, múltiplas versões e revisões antes de chegar ao público.
• Edição de Vídeo: De organizar materiais brutos a criar uma narrativa visual coerente e alinhada ao objetivo estratégico, o trabalho de edição envolve etapas meticulosas que nem sempre são percebidas.
A soma dessas etapas é o que torna a comunicação eficiente e impactante. Microgerenciar cada detalhe desses processos, por outro lado, é uma armadilha que pode transformar a criação em um ambiente desgastante e improdutivo.
O problema do microgerenciamento
O microgerenciamento é a prática de supervisionar excessivamente o trabalho de outros, minando sua autonomia e criatividade. Em áreas criativas como a comunicação, isso pode ser especialmente prejudicial. Algumas das consequências incluem:
- Desgaste mental e sobrecarga: Equipes que são constantemente monitoradas perdem a confiança em sua própria capacidade e enfrentam um ambiente de trabalho desgastante.
- Processos interrompidos: Ao interferir em cada etapa, o microgerenciamento quebra o fluxo de trabalho, retardando prazos e comprometendo a qualidade final.
- Perda de criatividade: A comunicação não é uma linha de produção. Ideias precisam de espaço e tempo para amadurecer. O controle excessivo reduz a liberdade criativa e limita inovações.
Valorize profissionais multipotenciais, mas respeite limites
É comum encontrar profissionais multipotenciais na comunicação – pessoas que são capazes de transitar entre áreas como design, redação, edição de vídeo e estratégia. Esses profissionais são um ativo valioso, mas também enfrentam um risco maior de sobrecarga.
• Valorize sua versatilidade, mas não os sobrecarregue com demandas que exigem diferentes habilidades simultaneamente. • Entenda que, mesmo sendo multipotencial, cada profissional tem limites e precisa de espaço para se dedicar a uma tarefa de cada vez com foco e qualidade.
Cada processo tem suas etapas
A comunicação é como uma receita elaborada. Não adianta querer apressar o processo ou pular etapas – o resultado final não será o mesmo. Entre as principais fases de qualquer projeto de comunicação, estão:
- Pesquisa e Planejamento: Entendimento do público, objetivos e contexto do projeto.
- Coleta de Referências: Inspiração e alinhamento com tendências e boas práticas.
- Produção: Execução criativa com foco no objetivo proposto.
- Revisão e Melhoria: Ajustes e refinamentos para garantir a qualidade.
- Entrega: Apresentação do trabalho final de forma profissional e impactante.
Quando essas etapas são respeitadas, o resultado é uma comunicação poderosa e bem-sucedida. E não – a comunicação não é “miojo”. Não é instantânea nem feita de forma automática. Ela demanda tempo, esforço e dedicação humana.
Um chamado à mudança
Se quisermos construir equipes mais produtivas, criativas e satisfeitas, é essencial abandonar o microgerenciamento e confiar nas pessoas que fazem parte do processo. Comunicação é sobre conexões, não controle. Respeite as etapas, valorize os profissionais e invista em uma cultura de autonomia e colaboração.
Porque, no fim do dia, grandes ideias precisam de espaço para crescer – e equipes saudáveis para torná-las realidade.
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