Por que a gente não vai entrar na trend do Studio Ghibli (e o que aprendemos com isso)

Nos últimos dias, uma nova trend de IA viralizou nas redes: imagens lindas, com aquele toque mágico e nostálgico típico das animações do Studio Ghibli. E, sim, a estética é encantadora.

Mas aqui na Candiá, a gente decidiu não entrar nessa trend, e queremos te contar o porquê. 👇

Antes de tudo: sim, a gente já caiu em trend parecida! Na época da IA da Disney, até embarcamos na onda. Era tudo novidade, e confesso: a curiosidade venceu. Mas o tempo, a escuta e o estudo nos ajudaram a entender melhor o que está por trás dessas “brincadeiras inofensivas”.

Primeiro ponto: estilo tem autoria. Não é só uma estética “fofa”. É uma linguagem visual construída ao longo de décadas por artistas, ilustradores, animadores e roteiristas. Usar uma IA pra replicar esse estilo, sem autorização ou diálogo com os criadores, é apagar esse trabalho. E isso é delicado, especialmente quando envolve povos, culturas e territórios não ocidentais, como é o caso do Japão.

Segundo ponto: o próprio criador já se posicionou. Hayao Miyazaki, cofundador do Studio Ghibli e lenda viva da animação, já disse com todas as letras:

“Estou completamente enojado. Considero isso um insulto à própria vida.”

Se o autor do traço diz que não quer ver sua obra transformada por IA, não faz sentido a gente seguir fazendo isso por engajamento.

Terceiro ponto: IA não é vilã, mas precisa de responsabilidade. A gente acredita no uso consciente da inteligência artificial. Inclusive, usamos pra revisar, estruturar ideias. Mas arte é outra parada. Especialmente arte com propósito, história e posicionamento.

💡 E então, qual o papel das agências e comunicadores? Nosso papel é comunicar com ética, refletir sobre o impacto das nossas escolhas, e não aderir a tudo que viraliza. A gente pode (e deve) se posicionar, inclusive abrindo o jogo quando muda de opinião.

Aqui na Candiá a gente escolhe construir narrativas, não copiar. Escolhe criar com propósito, não surfar tendência sem pensar. E se for pra usar IA, que seja pra potencializar a criatividade, nunca pra silenciar autores, culturas e histórias.

✨ Simbora comunicar com consciência. E com respeito à vida, como o próprio Miyazaki falou.

Studio Ghibli 1024x576 1 Comunicação e marketing para marcas, causas, eventos e cultura
📸 O Castelo Animado (2004) – Studio Ghibli
Publicado: 1 abr, 2025

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conheça a autora

Valéria Amorim

Especializada em comunicação, marketing e eventos, atuante no mercado desde 2008. Transita entre projetos de fomento à cultura, comunicação popular, meio ambiente, direitos humanos e empreendedorismo. Em 2016 fundou a Candiá Produções, uma agência 360º que atua de forma integrada no desenvolvimento de estratégias personalizadas, gerando soluções assertivas e experiências memoráveis para marcas, empresas e organizações. Em 2021 tornou-se Embaixadora Women Techmakers (WTM BR) – programa global do Google para promover a inclusão das mulheres na área da tecnologia, e em 2022 foi certificada como Associada de Marketing Digital Meta – certificação que concede credenciais e reconhece as qualificações e competências dos profissionais de marketing em criar, publicar e monitorar campanhas nos produtos da Meta: Facebook, Messenger for Business e Instagram.

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