Curso gratuito sobre Audiovisual acessível contribui para inclusão e diversidade

Baseado no Guia de produções audiovisuais acessíveis do MINC – SAV, a websérie educativa é realizada por produtoras de Brasília

Acessibilidade é um direito fundamental de todas as pessoas, ela deve percorrer todos os aspectos da nossa sociedade, incluindo o acesso aos conteúdos audiovisuais. No entanto, ainda há um déficit considerável em termos de inclusão nesse âmbito. De acordo com o Censo,  do Mercado Cinematográfico Brasileiro de 2021, apenas 3,4% dos filmes lançados comercialmente tinham audiodescrição, 3,7% tinham legendagem e 3,3% tinham Libras. Essa realidade é um eco da necessidade urgente de transformação.

Neste contexto, a Cinese Audiovisual, em parceria com a Candiá Produções, lançam a websérie “Audiovisual Acessível” com o objetivo de capacitar produtores culturais, cineastas e profissionais das áreas de comunicação, publicidade, marketing, jornalismo e cinema para produzirem conteúdo digital acessível. Com 17 aulas, a série inspirada no Guia de Produção Audiovisual do Ministério da Cultura oferece orientações sobre como acessibilizar conteúdos audiovisuais com Audiodescrição, Libras e Legenda Descritiva.

Alice Lira, coidealizadora e diretora da Cinese, afirma que o “Audiovisual Acessível” não é apenas um projeto, mas um passo rumo à construção de um futuro mais inclusivo e igualitário no audiovisual. “A iniciativa de ‘Audiovisual Acessível’ é um compromisso com a construção de uma sociedade onde todas as pessoas têm o direito de participar e se envolver com a cultura e as artes. Estamos empolgados em abrir portas e democratizar o acesso ao mundo do cinema, garantindo que ninguém seja deixado para trás. Esta websérie é um passo importante nessa direção, e esperamos inspirar outras pessoas a se juntarem a nós nesta jornada.” destaca. Ela acrescenta que, para além da série, o guia em si é uma fonte rica de conhecimento e práticas exemplares. “O guia não apenas inspirou o projeto, mas também estabelece um compromisso duradouro para a inclusão, com informações e técnicas que podem ser adotadas por todos”, enfatiza.

Para que a série se concretizasse, o projeto contou com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal e com a participação dos professores Soraya Ferreira, Saulo Machado e Tabuh Tavares, profissionais e especialistas que atuam na área de acessibilidade e que contribuíram com a produção do guia que inspirou o projeto.

“A grande contribuição do projeto, foi transformar a publicação do guia em um material audiovisual que serve de modelo para que outras produções audiovisuais sejam acessibilizadas da maneira correta. Esse material serve como um grande e completo tutorial que pode ser utilizado por qualquer pessoa que produz conteúdo digital”, explica o idealizador e oficineiro, LeoMon.

Valéria Amorim, produtora executiva e coordenadora de comunicação do projeto, realça o caráter transformador da websérie: “Acreditamos que a acessibilidade é a chave para criar um mundo menos desigual. O projeto é mais do que uma série de oficinas, é um chamado à ação para toda a indústria da comunicação e do audiovisual. Uma verdadeira oportunidade de revolução na forma como entendemos e produzimos conteúdo audiovisual.”

A websérie, disponível no canal da Cinese Audiovisual no Youtube, também conta com legenda descritiva e Libras. Para assistir clique aqui. Mais informações podem ser obtidas no site www.cineseaudiovisual.com.br.



INSPIRAÇÃO

O projeto nasceu inspirado na ideia de aproveitar os conhecimentos e as técnicas presentes no “Guia para Produções Audiovisuais Acessíveis”, adaptando-os para as necessidades de uma formação online e com acessibilidade. A publicação, lançada em 2016 foi idealizada por Sylvia Bahiense Naves, que na época exercia o cargo de coordenadora de Gestão Estratégica da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, e sua organização contou com uma ampla equipe, formada por professores e mestrandos da Universidade de Brasília (UnB), professores da Universidade Federal do Ceará (UFCE) e profissionais especializados no tema. Entre eles a professora e audiodescritora Soraya Ferreira, e o  pesquisador e consultor de acessibilidade, Saulo Machado, que também são oficineiros do projeto.  

O guia conta com orientações técnicas para a realização de audiodescrição, janela de interpretação de língua de sinais e legendagem para surdos e ensurdecidos, visando garantir a acessibilidade em conteúdos audiovisuais. Seguindo o lema “nada sobre nós, sem nós” da Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, todas as recomendações que constam no guia foram testadas por pessoas com deficiência visual e auditiva. Honrando essa premissa, o projeto Audiovisual Acessível conta com a participação ativa de pessoas com deficiência na equipe docente e de consultoria em acessibilidade.

A idealizadora do Guia de Produções Audiovisuais Acessíveis, Sylvia Bahiense Naves, observa ao longo dos anos a evolução e os desafios no campo da acessibilidade em produções audiovisuais. Desde a publicação do guia em 2016, ela destaca que a atenção ao cumprimento da Lei de Inclusão das Pessoas com Deficiência (Lei n°13.146/15) revelou lacunas no setor. A falta de acessibilidade em salas de cinema e programas de televisão, aliada à qualidade limitada das sessões acessíveis, são questões que permanecem pendentes. “Embora a Lei reze que as salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa com deficiência, o que vemos são programas praticamente exclusivos, em horário nada comercial, tornando o termo “inclusão” inoperante. Quanto ao streaming, percebemos que muitas vezes os recursos de acessibilidade são feitos a partir da métrica do país de origem e não da língua brasileira. Embora exista Lei de depósito obrigatório de uma cópia com acessibilidade dos filmes cuja produção se deu através das leis de Incentivo à Cultura do Audiovisual, de acordo com as normas da ANCINE, estes filmes não são exibidos e são, praticamente, inacessíveis.” afirma Sylvia.

CONHEÇA OS OFICINEIROS

Soraya Ferreira

Audiodescritora, Mestre e Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. Bacharel em Letras / Tradução Inglês, também pela PUC-SP. Atualmente é professora associada da Universidade de Brasília – UnB, vinculada ao Curso de Tradução e ao Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução, onde atua principalmente nos seguintes temas: tradução literária e audiovisual. Tem trabalhos publicados nas áreas de crítica literária, tradução intersemiótica, audiovisual e acessibilidade. Além disso, é membro do grupo de pesquisa Acesso Livre com foco em audiodescrição para pessoas com deficiência visual e legendagem para surdos e ensurdecidos. Membro fundador do Núcleo de Tecnologia Assistiva, Acessibilidade e Inclusão – NTAAI. Vice-diretora do Instituto de Letras- UnB (2018-2019). Organizadora e coautora do Guia para Produções Audiovisuais Acessíveis – SAV/MinC. 

Saulo Machado

Pesquisador, professor e crítico de cinema. É Doutorando em Literatura e Mestre em Linguística pela Universidade de Brasília – UnB, Especialista em Libras pela Faculdade Alvorada, graduado em Letras/Libras pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Letras – Português/Inglês e Respectivas Literaturas pelo Centro Universitário de Brasília – UniCEUB. Atua como pesquisador e consultor da acessibilidade de cinema para surdos e ensurdecidos e colaborador da transcrição de legendagem e tradução de Língua de Sinais Brasileira em festivais e mostras de cinema. Tem experiência em temas como: cinematografia, literatura, estudos culturais, artes visuais, Língua Brasileira de Sinais, acessibilidade, surdos, comunidade surda, linguística geral, tradução, sociolinguística, variação linguística, neologismo, semântica, estudos lexicais, educação bilíngue para surdos e políticas públicas e linguísticas da língua de sinais.

Tabuh Tavares

Mais conhecido pelo seu nome social, o Professor Tabuh (no documento Anderson Tavares Correia-Silva) é pedagogo (UFPE), especialista em Língua Brasileira de Sinais (UniFael) e mestre em Estudos da Tradução (UnB), com pesquisa sobre audiodescrição de histórias em quadrinhos em Língua Brasileira de Sinais. Atua com acessibilidade desde 2004 e com acessibilidade cultural desde 2008. Foi professor-tutor do bacharelado em Letras-Libras da UFSC (2008-2012), consultor da Unesco (2013-2014), Coordenador-Geral do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (2015-2016) e professor adjunto do Centro Universitário de Brasília (2017-2022). Atua na Sinal de Afeto desde 2019, e de forma exclusiva desde 2022. Tem experiência com tradução e interpretação de Libras, audiodescrição e formação de tradutores visuais.

Alice Lira 

Maranhense, fotógrafa plena, bacharel em Cinema e Mídias Digitais, sócio-fundadora e atual diretora executiva da produtora independente Cinese Audiovisual. Iniciou sua carreira como fotógrafa de espetáculos teatrais e projetos culturais em 2010 e migrou aos poucos para o Audiovisual, onde atua desde 2014, mesmo ano em que ingressa na graduação e funda a Cinese, junto com LeoMon. É membro e ativista em coletivos de mulheres no audiovisual e coletivos de arte e cultura LGBTQIA +; atua em prol da democratização do acesso à sétima arte por pessoas da periferia do Distrito Federal, e está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2023 (ONU). Assina mais de 600 obras audiovisuais, dentre elas 6 filmes de curta-metragem, 130 videoclipes e 43 teasers para eventos, projetos culturais e instituições. Elabora e executa projetos socioculturais com apoio governamental desde 2019. Realiza roteiros, serviços de gravação e edição de fotos e vídeos para Cinema, Publicidade e peças audiovisuais no geral, atendendo diversos tipos de eventos sociais e projetos culturais. Também atua na área da educação, facilitando cursos livres e mentorias, ministrando palestras em escolas, universidades, projetos e instituições públicas e privadas. 

LeoMon

Leonardo Monteiro, ou LeoMon, Brasiliense, de ascendência Goiana e Maranhense, é Cineasta, produtor musical, editor e técnico de som e eletrônica, assina a direção e Co- Direção de 10 curtas metragens. Desde 2009 realiza trabalhos como técnico de som de bandas e eventos culturais e possui vasta experiência em colorização, desenho de som, mixagem, masterização, produção e composição musical. Autor dos álbuns de músicas instrumentais “Músicas que eu Sempre Quis Tocar I e II”. Realizou mais de 500 vídeos de registro de eventos culturais, institucionais, publicitários, curtas e videoclipes. Elabora e gerencia projetos culturais, idealizou e coordenou os projetos: Hip Hop Na Quebrada (2022), Audiovisual Acessível, Acervo Animatógrafo e Cinema é ralação ( 2023). Em 2014, em parceria com Alice Lira fundou a Cinese Audiovisual, na qual exerce a função de Diretor e Produtor Executivo.

CINESE AUDIOVISUAL

Produtora independente, que atua no setor artístico-cultural em parcerias com pessoas, instituições públicas e privadas, artistas e autônomos de diversos segmentos culturais do Distrito Federal. Com contribuições relevantes para o reconhecimento, difusão, valorização, registro da cultura local e fortalecimento do setor audiovisual. Suas pautas estão relacionadas a democratização do acesso à sétima arte por pessoas da periferia do Distrito Federal, e está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2023 (ONU). Desde de 2010, oferece serviços em todas as etapas de produção audiovisual, além de facilitar cursos e consultorias para diversos públicos em todo Brasil, principalmente no Distrito Federal e nos estados de Goiás, Piauí, Bahia e Maranhão.


CANDIÁ PRODUÇÕES

Fundada em 2016 por Valéria Amorim, a Candiá Produções é uma agência 360° que se consolidou como referência no desenvolvimento de campanhas de comunicação e marketing para o terceiro setor. Atua em todo território nacional, prioritariamente em projetos de fomento à cultura, educação, comunicação popular, direitos humanos, equidade de gênero e meio ambiente.

FICHA TÉCNICA

Produção Executiva – LeoMon, Alice Lira e Valéria Amorim
Direção Audiovisual – LeoMon
Coordenadora Artística e Roteiro – Alice Lira
Coordenadora de Comunicação – Valéria Amorim (Candiá Produções)
Coordenadora pedagógica e produtora geral – Rayla Costa
Revisora – Flavia Lucci
Motion Designer – Vini Moreira
Designer – Miguel Haru
Direção de fotografia, Diretor Técnico de Transmissão e Filmmaker: Diego Sales
Assistente de direção: Calos Wallier
Edição: Lucas Marcelo
Finalização: Diego Sales
Estúdio: Estúdio Versailles
Trilha Sonora – Mulumba (Alisson Melo)
Soraya Ferreira Alves – Oficina de Audiodescrição
Saulo Machado – Oficina de Legenda Descritiva
Tabuh Tavares – Oficina de Libras
Cinese Audiovisual – Oficina de produção Audiovisual Acessível
Consultora de Libras – Amanda Gomes
Consultora de Audiodescrição – Viviane Santos
Alimentação – Getião


SERVIÇO

O que? Websérie formativa “Audiovisual Acessível”

Quando? Disponível por tempo indeterminado

Onde? Youtube da Cinese Audiovisual

Assessoria de imprensa: Valéria Amorim

candiaproducoes@gmail.com

61 9 82542-4262

Publicado: 3 set, 2023

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conheça a autora

Valéria Amorim

Especializada em comunicação, marketing e eventos, atuante no mercado desde 2008. Transita entre projetos de fomento à cultura, comunicação popular, meio ambiente, direitos humanos e empreendedorismo. Em 2016 fundou a Candiá Produções, uma agência 360º que atua de forma integrada no desenvolvimento de estratégias personalizadas, gerando soluções assertivas e experiências memoráveis para marcas, empresas e organizações. Em 2021 tornou-se Embaixadora Women Techmakers (WTM BR) – programa global do Google para promover a inclusão das mulheres na área da tecnologia, e em 2022 foi certificada como Associada de Marketing Digital Meta – certificação que concede credenciais e reconhece as qualificações e competências dos profissionais de marketing em criar, publicar e monitorar campanhas nos produtos da Meta: Facebook, Messenger for Business e Instagram.

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